{"id":7548,"date":"2018-05-21T16:16:43","date_gmt":"2018-05-21T19:16:43","guid":{"rendered":"http:\/\/blog.plataformatec.com.br\/?p=7548"},"modified":"2018-05-23T14:35:22","modified_gmt":"2018-05-23T17:35:22","slug":"agil-para-pmps-e-pmbok-para-agilistas-caminho-critico-no-agil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/blog.plataformatec.com.br\/2018\/05\/agil-para-pmps-e-pmbok-para-agilistas-caminho-critico-no-agil\/","title":{"rendered":"\u00c1gil Para PMPs e PMBoK Para Agilistas: Caminho Cr\u00edtico no \u00c1gil?"},"content":{"rendered":"

Recentemente estive ministrando um treinamento sobre m\u00e9todos \u00e1geis e um aluno me perguntou: <\/span>como faz pra saber qual \u00e9 o caminho cr\u00edtico num projeto \u00e1gil<\/b>?<\/span><\/p>\n

Fiquei pensando na import\u00e2ncia dessa pergunta para as pessoas que est\u00e3o aprendendo sobre Agile e t\u00eam uma forma\u00e7\u00e3o voltada \u00e0 gest\u00e3o “tradicional”, mas tamb\u00e9m para os agilistas que talvez n\u00e3o conhe\u00e7am as abordagens tradicionais em profundidade suficiente para enxergar seus benef\u00edcios.<\/span><\/p>\n

Para quem est\u00e1 chegando agora ao mundo \u00c1gil, uma das maiores diferen\u00e7as entre as abordagens adaptativa e preditiva est\u00e1 na gest\u00e3o do tempo. O processo descrito no PMBoK exige que conhe\u00e7amos o escopo do projeto e, a partir dele derivemos os c\u00e1lculos de tempo, custos etc. Em outras palavras, a grande pergunta a ser respondida num processo de planejamento \u00e9 “<\/span>Quando o escopo ser\u00e1 entregue<\/b>?”. <\/span><\/p>\n

Para quem \u00e9 agilista e tem dificuldades em lidar com deadlines e press\u00f5es por prazo, \u00e9 importante saber que o conceito de caminho cr\u00edtico ainda \u00e9 plenamente difundido no contexto de C-levels. Conhecer esse conceito pode te ajudar a alinhar expectativas e proteger seu time das press\u00f5es por prazo. Na abordagem adaptativa, a pergunta “<\/span>Que parte do escopo ser\u00e1 entregue na data X?<\/b>” faz muito mais sentido.<\/span><\/p>\n

Relembrando o conceito, o caminho cr\u00edtico \u00e9 aquele de maior dura\u00e7\u00e3o no cronograma do projeto e, portanto, n\u00e3o tem folgas. O caminho cr\u00edtico \u00e9 que determina “a data de t\u00e9rmino do projeto”. Quando o tempo \u00e9 uma restri\u00e7\u00e3o importante (sempre), o foco da gest\u00e3o do tempo do gerente de projetos PMP \u00e9 o caminho cr\u00edtico, afinal, qualquer deslize no caminho cr\u00edtico implica em atraso no projeto.<\/span><\/p>\n

Exemplo de caminho cr\u00edtico:<\/b><\/h2>\n

\"exemplo<\/p>\n

 <\/p>\n

Voltando \u00e0 pergunta inicial, ser\u00e1 que o conceito de caminho cr\u00edtico ainda faz sentido num projeto \u00e1gil? Na minha opini\u00e3o, a resposta \u00e9 que <\/span>se<\/b> algumas premissas b\u00e1sicas forem atendidas, n\u00e3o<\/b>. Levando em considera\u00e7\u00e3o que a principal raz\u00e3o para conhecer um caminho cr\u00edtico \u00e9 <\/span>saber quando determinada entrega ser\u00e1 feita<\/b>, \u00a0devemos buscar maneiras de gerenciar essa expectativa, n\u00e3o importando se a abordagem de entrega escolhida for preditiva (tradicional) ou adaptativa (\u00e1gil).<\/span><\/p>\n

Aprofundando um pouco mais essa an\u00e1lise, ainda mais importante \u00e9 o que est\u00e1 por tr\u00e1s da entrega: <\/span>valor<\/b> para o neg\u00f3cio. <\/b>Ambas as abordagens tradicional e \u00e1gil buscam a entrega de valor. Entretanto, os processos do PMBoK direcionam as entregas ao valor percebido pelas partes interessadas do projeto, atrav\u00e9s do <\/span>atendimento dos requisitos das partes interessadas<\/b>. Fica a cargo da equipe de projetos a defini\u00e7\u00e3o dos requisitos, sua especifica\u00e7\u00e3o e sua negocia\u00e7\u00e3o com as partes interessadas. Nesse contexto, a entrega do valor do <\/span>real valor para o neg\u00f3cio<\/b> \u00e9 feita de maneira indireta.<\/span><\/p>\n

J\u00e1 na abordagem \u00c1gil ou adaptativa, a gest\u00e3o de requisitos fica a cargo da figura do <\/span>Product Owner ou PO<\/b>. O PO simplifica essa camada de interface com as outras partes interessadas, \u00a0tendo o poder de priorizar as entregas. Essa prioriza\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 mais realizada para atender \u00e0s expectativas dos stakeholders. O compromisso mais importante do PO deve ser com o <\/span>valor para neg\u00f3cio. <\/b>O foco na companhia tamb\u00e9m simplifica a gest\u00e3o de stakeholders pois mitiga a influ\u00eancia de agendas pessoais, isto \u00e9: n\u00e3o interessa se tal diretor “prometeu” tal entrega buscando uma promo\u00e7\u00e3o, interessa se tal entrega realmente \u00e9 valiosa para a organiza\u00e7\u00e3o. Para isso, \u00e9 fundamental que o PO saia do campo das percep\u00e7\u00f5es e press\u00f5es e passe a utilizar abordagens mais matem\u00e1ticas como hip\u00f3teses de valor de ROI, custo de produ\u00e7\u00e3o do escopo, <\/span>custo do atraso<\/span><\/a>, <\/span>WSJF<\/span><\/a> , <\/span>BVP<\/span><\/a>, entre outras t\u00e9cnicas para priorizar o Backlog. <\/span><\/p>\n

Backlog priorizado por valor:<\/b><\/h2>\n

\"\"Uma discuss\u00e3o adicional \u00e0 prioriza\u00e7\u00e3o do backlog (ou escopo) por valor e que vale a pena ser trazida \u00e0 tona \u00e9 sobre a depend\u00eancia entre as hist\u00f3rias, ou seja, em que ordem elas devem ser entregues para tornar as entregas vi\u00e1veis. O PMBoK sugere que as depend\u00eancias sejam identificadas e tratadas em n\u00edvel de tarefas. Na sequ\u00eancia, essas depend\u00eancias s\u00e3o utilizadas para conhecer a corrente cr\u00edtica do projeto<\/b>, e a\u00ed ent\u00e3o calcular o caminho cr\u00edtico. Dessa forma, o m\u00e9todo garante que sempre que chegar o momento da execu\u00e7\u00e3o de uma atividade, as depend\u00eancias j\u00e1 ter\u00e3o sido tratadas.<\/p>\n

 <\/p>\n

J\u00e1 nas abordagens \u00e1geis, gerenciar em n\u00edvel de tarefas n\u00e3o faz mais sentido, pois as tarefas geralmente est\u00e3o relacionadas \u00e0s etapas fixas do processo ou definidas com uma vis\u00e3o limitada a uma hist\u00f3ria espec\u00edfica. Ainda que os manuais de agile digam que as hist\u00f3rias precisam ser independentes umas das outras, a experi\u00eancia das trincheiras mostra que nem sempre isso \u00e9 poss\u00edvel. Dessa forma, o PO deve submeter sua prioriza\u00e7\u00e3o \u00e0 an\u00e1lise do time para identifica\u00e7\u00e3o de depend\u00eancias. A ordem dos itens numa corrente cr\u00edtica, dessa forma, deve estar representada na prioriza\u00e7\u00e3o do backlog.<\/span><\/p>\n

Identifica\u00e7\u00e3o das depend\u00eancias:<\/b><\/h2>\n

\"\"<\/p>\n

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Re-prioriza\u00e7\u00e3o do backlog considerando depend\u00eancias:<\/b><\/h2>\n

\"\"<\/p>\n

Ent\u00e3o, para substituir satisfatoriamente o conhecimento do caminho cr\u00edtico quando migramos para abordagens \u00e1geis, temos que atender \u00e0s seguintes premissas:<\/span><\/p>\n

 <\/p>\n

    \n
  1. Ter uma cad\u00eancia de entrega de valor.<\/b> No Scrum, por exemplo, essa cad\u00eancia \u00e9 definida pelos Sprints; em abordagens de fluxo de trabalho puxado como o Kanban, temos o Delivery Planning para definir quando as entregas ser\u00e3o feitas.\n

    <\/span><\/li>\n

  2. Ter um backlog priorizado por valor, mas que considere as depend\u00eancias entre as hist\u00f3rias. <\/b>O time sempre trabalhar\u00e1 nas entregas de maior valor para o neg\u00f3cio. E essas entregas sempres ser\u00e3o feitas o mais cedo <\/span>poss\u00edvel<\/span>.
    \n<\/span><\/span><\/li>\n
  3. Ser capaz de conhecer o tamanho dos itens do seu backlog e de estimar a produtividade do time.<\/b> Seja usando uma abordagem de story points, <\/span>analisando a complexidade e incerteza das demandas<\/span><\/a> ou usando throughput e assumindo a premissa de que as hist\u00f3rias t\u00eam tamanhos similares.<\/span><\/li>\n<\/ol>\n

     <\/p>\n

    Atendendo a essas 3 premissas, somos capazes de responder a todas as expectativas por tr\u00e1s do conhecimento do caminho cr\u00edtico. As partes interessadas poder\u00e3o ter uma <\/span>no\u00e7\u00e3o de quando um item ser\u00e1 entregue<\/b>. Por mais flexibilidade e volatilidade na composi\u00e7\u00e3o e prioriza\u00e7\u00e3o do escopo que os m\u00e9todos \u00e1geis tragam para a organiza\u00e7\u00e3o, o Gestor do Projeto (ou papel similar) n\u00e3o deve menosprezar a import\u00e2ncia dessa informa\u00e7\u00e3o, pois sempre poder\u00e3o existir na organiza\u00e7\u00e3o <\/span>outras iniciativas dependentes dessas entregas<\/b>, como por exemplo campanhas de marketing.<\/span><\/p>\n

    Sendo assim, \u00a0<\/span>a expectativa de gerar valor para o neg\u00f3cio <\/b>\u00e9 plenamente atendida. Logo, faz muito mais sentido substituir o conhecimento do caminho cr\u00edtico pelo conhecimento de <\/span>qual o valor que tal entrega traz para o neg\u00f3cio<\/b> e <\/span>qual a posi\u00e7\u00e3o dessa entrega no backlog.<\/b><\/p>\n

    Para concluir, gostaria de deixar uma reflex\u00e3o: \u00e9 preciso ter a consci\u00eancia de que a transi\u00e7\u00e3o entre as duas abordagens deve ser feita da forma mais suave poss\u00edvel. Por vezes, o abismo entre as abordagens preditiva e adaptativa \u00e9 grande e existe dificuldade em saltar de um lado para o outro. \u00a0Nesse sentido, \u00e9 aconselh\u00e1vel a utiliza\u00e7\u00e3o de abordagens e ferramentas h\u00edbridas para conduzir as partes interessadas nessa transi\u00e7\u00e3o. Particularmente, venho utilizando com sucesso a ferramenta de “Reality Check”, sobre a qual voc\u00ea pode aprender mais no post “Alinhando expectativas de prazo com o <\/a><\/span>Reality Check<\/span><\/a>“. <\/span><\/p>\n

    E voc\u00ea, o que vem utilizando para gerenciar expectativas de prazo e depend\u00eancias entre as atividades dos seus projetos?<\/span><\/p>\n

     <\/p>\n

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