{"id":9044,"date":"2019-05-29T15:30:14","date_gmt":"2019-05-29T18:30:14","guid":{"rendered":"http:\/\/blog.plataformatec.com.br\/?p=9044"},"modified":"2019-09-24T15:49:16","modified_gmt":"2019-09-24T18:49:16","slug":"precisamos-dar-um-peso-maior-para-o-v-do-mvp","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/blog.plataformatec.com.br\/2019\/05\/precisamos-dar-um-peso-maior-para-o-v-do-mvp\/","title":{"rendered":"Precisamos dar um peso maior para o “V” do MVP"},"content":{"rendered":"
O que \u00e9 MVP?<\/strong><\/p>\n O MVP<\/strong>\u00a0(Minimum Viable Product<\/em>) \u00e9 um acr\u00f4nimo comumente utilizado nos ambientes de desenvolvimento de produtos digitais, significando produto m\u00ednimo vi\u00e1vel<\/strong>. Foi criado por Frank Robinson em 2001 e mundialmente popularizada por Eric Ries dentro da metodologia da Lean Startup.<\/p>\n Eric Ries define MVP<\/em><\/strong> como “uma vers\u00e3o de um novo produto que permita que a equipe colete o m\u00e1ximo de aprendizado sobre seus clientes, com o menor esfor\u00e7o poss\u00edvel”, conforme escrito em seu blog<\/a><\/em>.<\/p>\n Essa ideia vem do ponto de vista de que vale mais a pena lan\u00e7ar um produto simplificado<\/strong>, mas que satisfa\u00e7a a necessidade do cliente<\/strong>, que um produto completo<\/strong>. O motivo disso se d\u00e1 pelo fato de poder testar<\/strong>\u00a0se aquela hip\u00f3tese tem o valor esperado para os clientes e caso n\u00e3o o tenha, \u00e9 poss\u00edvel alterar a proposta de valor do produto ou na pior das hip\u00f3teses, jogar tudo fora. No caso de jogar tudo fora, a perda sobre o investimento realizado (principalmente tempo e dinheiro) acaba sendo em uma escala menor.<\/p>\n Por\u00e9m nos \u00faltimos anos, o conceito de MVP<\/em><\/strong> vem sendo alterado ao absorver muitos conceitos do MMP<\/em><\/strong> (Minimal Marketable Product<\/em><\/a>). O MMP<\/em><\/strong> dita o m\u00ednimo que um produto precisa possuir, para que ele seja rent\u00e1vel. Isso implica em um maior cuidado com o que estamos entregando aos nossos clientes, mas no geral vejo que n\u00e3o estamos nos atentando a essa troca de paradigma.<\/p>\n Outro grande valor que temos ao absorver os conceitos de MMP<\/strong><\/em> no MVP<\/strong><\/em> \u00e9 que ao lan\u00e7ar o produto no mercado, a empresa pode come\u00e7ar a utilizar sua receita<\/strong>\u00a0como reinvestimento nas altera\u00e7\u00f5es e melhorias, antes do que seria normalmente poss\u00edvel.<\/p>\n Dessa forma podemos resumir que os objetivos do MVP<\/strong><\/em>\u00a0s\u00e3o:<\/p>\n Foco no “Minimum<\/em>“<\/strong><\/p>\n \u00c9 muito comum ver no mercado um foco muito grande no m\u00ednimo<\/strong> do MVP<\/strong><\/em>. As pessoas acabam gastando um tempo enorme removendo tudo que \u00e9 visto como sup\u00e9rfluo \u00e0 necessidade do cliente, e dessa forma, deixam somente o que ir\u00e1 gerar o valor esperado.<\/p>\n Um exemplo desse pensamento, \u00e9 nessa famosa imagem abaixo:<\/p>\n <\/p>\n Normalmente essa imagem, que foi popularizada pelo blog post<\/em> do Henrik<\/a>, \u00e9 usada para explicar o conceito de MVP<\/em><\/strong> da seguinte forma: “Supondo que o cliente precise se transportar do ponto A ao ponto B, qual seria um bom release plan<\/em>?”<\/p>\n Na primeira linha temos um exemplo de como n\u00e3o se deve fazer. No primeiro<\/strong>\u00a0release<\/em> temos uma roda, que n\u00e3o atende \u00e0 necessidade do cliente de se locomover. Como segundo<\/strong>\u00a0release<\/em> temos o chassi que tampouco atende ao cliente. No terceiro<\/strong> release<\/em> temos um carro sem volante, que tamb\u00e9m n\u00e3o atende \u00e0 necessidade do cliente. E por fim no quarto<\/strong> release<\/em> temos o carro que ir\u00e1 trazer o valor esperado pelo cliente. Isso n\u00e3o pode ser considerado um bom release plan<\/em>\u00a0pois s\u00f3 no final do processo que o cliente poder\u00e1 utilizar o produto.<\/p>\n J\u00e1 na segunda linha temos um release plan<\/em> focado na necessidade do cliente em se locomover. Logo no primeiro<\/strong> release<\/em> ele recebe um produto que ir\u00e1 ajuda-lo a se locomover, embora n\u00e3o seja a melhor op\u00e7\u00e3o poss\u00edvel. Aqui podemos perceber um grande foco no conceito de m\u00ednimo<\/strong> do MVP<\/strong><\/em>.<\/p>\n Problemas ao focar no “Minimum<\/em><\/strong>”<\/p>\n O tipo de pensamento exemplificado acima tem alguns problemas. O primeiro que quero tocar \u00e9 no fator de retrabalho<\/strong>, seguindo a proposta de MVP anterior temos:<\/p>\n <\/p>\n Como vimos anteriormente, a primeira<\/strong> vers\u00e3o do produto \u00e9 um skate<\/strong> que traz ao cliente o valor que ele buscava em se locomover. Na segunda<\/strong> vers\u00e3o temos uma melhoria do skate<\/strong> ao adicionar a ele uma forma de melhor controlar sua dire\u00e7\u00e3o, o transformando em um patinete<\/strong>. O problema de retrabalho come\u00e7a a partir da pr\u00f3xima vers\u00e3o:<\/p>\n <\/p>\n Aqui temos uma mudan\u00e7a completa do produto, quase nenhum componente<\/strong> do patinete<\/strong> pode ser utilizado na terceira<\/strong> vers\u00e3o, o que significa que grande parte do trabalho realizado at\u00e9 o momento foi jogado fora para criar essa bicicleta<\/strong>. O mesmo ocorre entre a vers\u00e3o quatro<\/strong> e cinco<\/strong>.<\/p>\n Al\u00e9m do problema de retrabalho, tamb\u00e9m \u00e9 preciso entender que esse foco no “M<\/strong>” pode funcionar bem para novos mercados e sem competi\u00e7\u00e3o, por\u00e9m para entrar em um mercado j\u00e1 existente o m\u00ednimo<\/strong> pode n\u00e3o ser vi\u00e1vel<\/strong>.<\/p>\n Focando no “Viable<\/em>“\/”Marketable<\/em>“<\/strong><\/p>\n Uma forma que eu prefiro tratar um MVP<\/em><\/strong> \u00e9, primeiramente, entender o que \u00e9 vi\u00e1vel<\/strong>\u00a0no contexto do mercado em que esse produto ser\u00e1 inserido.<\/p>\n Seguindo o exemplo de locomo\u00e7\u00e3o acima: o consumidor de um skate<\/strong> \u00e9 diferente do consumidor de um patinete<\/strong>, que por sua vez \u00e9 diferente do consumidor da bicicleta<\/strong>, da motocicleta<\/strong> e do carro<\/strong>. Dessa forma n\u00e3o faz sentido iniciar um produto voltado para um mercado e terminar com ele voltado a outro completamente diferente. Como no exemplo o carro<\/strong> \u00e9 o end-game<\/em> do produto, vamos utilizar o mercado de carros<\/strong> para ver o que \u00e9 m\u00ednimo<\/strong> e vi\u00e1vel<\/strong>.<\/p>\n No mercado<\/strong> brasileiro<\/strong> um MVP<\/strong><\/em> para um carro<\/strong> seria um autom\u00f3vel simples, sem vidro el\u00e9trico, sem ar-condicionado, c\u00e2mbio manual e volante mec\u00e2nico, por exemplo. As itera\u00e7\u00f5es e o release plan<\/strong><\/em> poderiam ser a fim de adicionar essas funcionalidades ao carro at\u00e9 chegar em um carro<\/strong> “completo”, com vidro el\u00e9trico, ar-condicionado, c\u00e2mbio autom\u00e1tico e volante el\u00e9trico. Dessa forma voc\u00ea \u00e9 capaz de atender \u00e0 necessidade de v\u00e1rios grupos dentro do mercado de carros<\/strong>\u00a0e todo o esfor\u00e7o das vers\u00e3o anteriores ser\u00e1 usado para construir a pr\u00f3xima vers\u00e3o, sem ter perdas.<\/p>\n Um ponto importante \u00e9 que o mercado<\/strong> dita o que \u00e9 o m\u00ednimo vi\u00e1vel<\/strong>, no caso do mercado americano<\/strong> de autom\u00f3veis, por exemplo, n\u00e3o \u00e9 vi\u00e1vel um carro sem aquecedor e c\u00e2mbio autom\u00e1tico. Lan\u00e7ar um MVP<\/strong><\/em>\u00a0sem essas funcionalidades n\u00e3o trar\u00e1 o valor esperado pelo cliente, podendo at\u00e9 trazer uma vis\u00e3o negativa \u00e0 marca.<\/p>\n Quando devemos focar no “Minimum<\/em><\/strong>”<\/p>\n Todos os ponto defendidos acima, s\u00e3o espec\u00edficos para contextos em que o mercado j\u00e1 esteja estabelecido e aonde o objetivo da companhia \u00e9 encontrar uma brecha no mercado para poder atuar (lembrando que nem sempre uma brecha no mercado significa a exist\u00eancia de um mercado na “brecha”).<\/p>\n Para mercados novos o enfoque deve ser no desenvolvimento do produto mais simples poss\u00edvel, que gere uma percep\u00e7\u00e3o de valor nos clientes. Nesses casos o conhecimento (transforma\u00e7\u00e3o de uma hip\u00f3tese em mercado) tem maior valor que o retorno financeiro, pois caso o seu produto crie um mercado ele ser\u00e1 o primeiro a entrar e por um tempo n\u00e3o ter\u00e1 concorr\u00eancia direta. Al\u00e9m disso um erro na hip\u00f3tese, tem menor impacto para a marca.<\/p>\n Conclus\u00e3o<\/strong><\/p>\n Em resumo, conforme David Anderson e Alexei Zheglov defendem no livro “Fit for Purpose”<\/a>, os crit\u00e9rios de sucesso de um produto s\u00e3o a combina\u00e7\u00e3o de: tempo de resposta (Minimum<\/strong><\/em>), seguran\u00e7a, qualidade e conformidade (Viable\/Marketable<\/em><\/strong>).<\/p>\n Precisamos ent\u00e3o parar de focar tanto em encontrar o produto com a menor quantidade de funcionalidades poss\u00edvel e sim entender qual a necessidade do mercado<\/strong> para aquele produto. Um produto m\u00ednimo<\/strong> que n\u00e3o \u00e9 vi\u00e1vel<\/strong>\u00a0ser\u00e1 sempre um fracasso por n\u00e3o compreender qual o valor em que ele deve estar atuando e qual o seu posicionamento estrat\u00e9gico dentro do mercado que ele est\u00e1 situado.<\/p>\n E voc\u00eas, t\u00eam utilizado o conceito de MVP<\/strong><\/em>\u00a0em suas empresas ? Tem obtido sucesso ? Escreva nos coment\u00e1rios abaixo suas opini\u00f5es e experiencias e fiquem \u00e0 vontade de me enviarem por e-mail tamb\u00e9m!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O que \u00e9 MVP? O MVP\u00a0(Minimum Viable Product) \u00e9 um acr\u00f4nimo comumente utilizado nos ambientes de desenvolvimento de produtos digitais, significando produto m\u00ednimo vi\u00e1vel. Foi criado por Frank Robinson em 2001 e mundialmente popularizada por Eric Ries dentro da metodologia da Lean Startup. 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