ContÁgil – Edição de Aniversário

Fizemos a seguinte pergunta para a equipe de Agile da Plataformatec: “O gerenciamento de projetos de software tem mudado muito com o tempo. Waterfall, manifesto Ágil, Scrum, Lean, Kanban… Como você acha que será daqui a 5 anos? Alguma dica para se preparar para o futuro?”

Veja aqui quais foram as respostas:

Daniel Mello 

Sempre existe a tendência de que as novas metodologias apareçam como resposta a ponto fraco notório do status quo. Como nota-se que a abordagem Agile está sofrendo com questões de escalabilidade, então a próxima onda metodológica deverá atacar a gestão de projetos dentro de uma visão mais corporativa e de negócios, principalmente porque não é mais possível tratar o desenvolvimento de software como processo estanque ao restante da organização. Também percebo uma tendência na evolução das plataformas de gestão, sendo que qualquer tecnologia disruptiva que afetar os negócios afetará também a gestão de projetos de software. Isto posto, minhas apostas são na consolidação de abordagens de transformação digital, transformação ágil e ágil em escala, assim como no uso de tecnologias como blockchain e deep learning como bases para plataformas de gestão de projetos.

 

Guilherme Fré

Em minha opinião, o futuro da gestão de projetos tende a ser cada vez mais “agnóstico” com relação a frameworks e metodologias, e cada vez menos uma busca por “balas de prata”. Neste cenário, o principal desafio de agilistas e gerentes de projeto será compreender os contextos em que estarão inseridos, de maneira que consigam selecionar as práticas mais adequadas às suas necessidades dentre aquelas propostas por frameworks e metodologias existentes, propor adaptações sempre que necessário e fomentar uma cultura de aprendizado, adaptação e melhoria contínua, que é base da mentalidade ágil.

 

Raphael Albino

Acredito que a base da gestão de projetos que envolve prazo, custo, escopo, qualidade, riscos, expectativas e pessoas, não mudará. Os clientes continuarão buscando obter produtos de qualidade, com um baixo grau de risco e em um determinado momento do tempo. Dados históricos e técnicas analíticas serão importantes para a projeção dos prazos de entrega. Gerenciar os anseios dos indivíduos, saber utilizar os meios de comunicação digitais para transmitir mensagens claras e conhecer as habilidades e competências dos indivíduos serão disciplinas fundamentais para uma gestão efetiva de projetos. Além disso, vejo que uma discussão que será importante para os próximos anos estará em torno dos resultados alcançados através do produto dos projetos e para isso penso que as organizações trabalharão cada vez mais com iniciativas pequenas e que possam ser testadas o mais rápido possível.

 

Lucas Colucci

Com a intensificação do uso de dados massivos para tomadas de decisão (Big Data, Machine Learning e etc), e a automatização da coleta e análise de métricas de processo, o papel de um gerente de projetos (Agile Coach) pode ficar bem diferente. As ferramentas para facilitar a nossa vida podem ficar mais robustas, mas ainda precisaremos entender como elas funcionam e como modelar nossos problemas para aproveitar todo o potencial que elas podem trazer. Portanto, acredito que cada vez mais os GPs/ACs precisarão entender de estatística e leitura de fluxo para se diferenciar no mercado e conseguir tomar melhores decisões.

 

Henrique Oliveira

Nos últimos anos, o mercado tem demonstrado muito dinamismo. O que era considerado correto passa a ser questionado e, com isso, novas abordagens surgem para suprir as novas necessidades e demandas das organizações. Os próximos cinco anos serão desafiadores, visto que, atualmente, projetos envolvendo Inteligência Artificial, Machine Learning e Transformação Digital estão criando raízes nas empresas e, por isso, novos desafios e métodos de trabalho surgirão para que esses projetos terminem com sucesso. A dica de ouro é: mantenha-se atualizado, não se apegue a um método de trabalho e sempre pense em inovação!

 

Felipe Gimenes

Se olharmos de forma mais ampla, a evolução dos métodos ágil ofereceu maior autonomia a cada membro dos times, diminuindo assim, a dependência entre eles. Portanto, dado o contexto do ambiente de TI, a tendência são as equipes ágeis trabalharem cada vez mais de forma remota, aumentando a necessidade por ferramentas e técnicas que possam garantir a qualidade do processo e mitigar os riscos de comunicação.

 

Luiz Bernardo

Com a onda de transformação digital, acredito que teremos dois grupos de organizações daqui a um tempo: um em que aplicaram ferramentas/metodologias/soluções “bala de prata”, acabaram não tendo todos os resultados desejados e terão resistência a fazer novas tentativas, assumindo que o ágil em si fracassou; e outro grupo em que focou mais nos resultados obtidos, usando soluções de maneira mais pragmática focando nos problemas. Os agilistas devem se atentar mais aos resultados, diversificar seu ferramental e acrescentar “hard skills” às suas habilidades para ir de encontro às ansiedades da sua organização.

 

Wesley Zapellini

Em cinco anos estaremos lidando com o resultado das transformações digitais (as de sucesso e as nem tanto). Contextos em que frameworks de escala como SaFE, LeSS e DaD foram adotados e necessitam de ajustes para que façam sentido ao propósito das organizações.
Minha dica para este futuro é conhecer as virtudes e fraquezas destes modelos e despir-se da preferência pessoal para que o foco seja resolver problemas em vez de aplicar métodos.

 

Nossa equipe de agile, da esquerda para a direita: Daniel Mello, Wesley Zapellini, Luiz Bernardo, Guilherme Fré, Lucas Colucci, Raphael Albino, Henrique Oliveira e Felipe Gimenes

 

Essas foram as respostas dos consultores. E você? Qual é sua opinião sobre o tema? Compartilhe conosco nos comentários!

One response to “ContÁgil – Edição de Aniversário”

  1. Luiz Carlos De Souza Leite says:

    Muitos de vocês falaram em técnicas e tecnologias, eu já penso mais alinhado com o Alisson Vale, de que o problema é sociológico e não tecnológico, as pessoas não estão entregando todo seu potencial nas empresas atualmente, tanto que muitos tem mudado de carreira abruptamente, um Dev que vira chefe de cozinha ou trader, me parece estar acontecendo com mais frequência, não que as pessoas começaram a repensar suas carreiras só agora, mas criaram só agora coragem de dizer basta, chega de trabalhar para os outros fazendo algo de certa forma sem um propósito lincado ao meu, a vida é uma dádiva incomensurável para se desperdiçar dessa forma, e muitos estão caindo na real, assim como eu! O desafio dos GPs e ACs é ajudar as empresas a manter pessoas com propósitos lincados e manter um clima de total engajamento e motivação, a psicologia positiva veio para nos dar esse tapa na cara: você não vai ser plenamente feliz tendo sucesso, mas é sendo feliz que alcançará um sucesso inimaginável!